No dia 14/9, rolou a primeira edição do Metaverse Fashion Talks, no State.Its, em uma tarde chuvosa no inverno paulista, no bairro da Vila Leopoldina, em São Paulo. Um evento dedicado a refletir sobre o futuro da moda, metaverso, web3, criadores e avatar economy.

Diante do uso desse espaço em desfiles de moda, shows virtuais, galerias de arte e para o comércio de produtos, o assunto expande os níveis de curiosidade a cada oportunidade. Em 2021, quando Mark Zuckerberg anunciou a mudança de nome do Facebook para Meta, a palavra ‘metaverso’ ganhou ainda mais força.

Mas é tudo muito novo, por onde eu começo?

Bom, é tudo muito novo, sim. Mas não tão novo também (risos). O termo ‘metaverso’ apareceu em 1992 no romance de ficção científica “Snow Crash”, de Neal Stephenson. Na obra, os personagens usam avatares digitais para entrar em um universo online e, em algumas ocasiões, com o intuito de fugirem de suas próprias realidades.

Ainda na década de 90, Philip Rosedale, criador do jogo virtual Second Life, trouxe a oportunidade dos usuários criarem seus personagens e interagirem em um universo totalmente digital.

Criadores de tendência, talvez? Por que não?!

Voltando para os dias atuais, a primeira semana de moda da América Latina pensada para práticas de integração entre moda e tecnologias imersivas, surgiu em 2020 com a primeira BRIFW (Brazil Immersive Fashion Week), criada por Olivia Merquior (@oliviamerquior), diante do isolamento físico social imposto pela pandemia iniciada naquele ano.

De lá pra cá, ganhamos também a MVFW (Metaverse Fashion Week), realizada na plataforma Decentraland, que tem Giovanna Graziosi Casimiro (@ggcasimiro) como produtora e head do evento.

Olivia e Giovanna estiveram no Meataverse Fashion Talks para debater essa nova realidade.

Passaporte para o metaverso

Em entrevista ao Senac Moda Informação, Olivia Merquior analisou essa possibilidade de mercado.

Quando a gente fala das plataformas imersivas, como Decentraland, Fortnite, estamos falando das novas redes sociais. Mas o metaverso em si é uma nova forma de construir identidade e passar mensagem.

Temos muitas empresas se introduzindo no universo da indústria 4.0, com diversas vagas para estilistas, modelistas, pessoas de marketing, que saibam lidar com essas novas tecnologias. E ainda não existem pessoas suficientes para suprir essa necessidade.

Olivia Merquior

Theo Rocha (@theorocha), diretor criativo do Grupo Meta, também entende o assunto como uma oportunidade em construção, onde o conhecimento é construído coletivamente:

“Pra quem tá chegando, o mais importante é começar a fazer parte de comunidades. São grupos que se ajudam muito, que trocam, está todo mundo nesse momento de início. Fazer parte, experimentar e buscar informação.”

Theo também destaca a necessidade de cada vez mais pessoas ingressarem nesse universo e de ocuparem o espaço como criadores. Sem esquecer da necessidade de avanços da tecnologia para não privar ninguém desse interesse.

Temos essa questão da tecnologia evoluir para que cada vez mais pessoas tenham acesso. E não somente acesso para participar, mas para criar, fazer parte. Conforme a tecnologia vai evoluindo, menos questões técnicas estarão entre as ideias e a execução. Cada vez mais isso vai ser feito pela inteligência artificial, resultando em mais acesso.

Theo Rocha

Buscando espaço

Além de entender os caminhos para melhor conhecimento da área, vale destacar a necessidade de buscar possibilidade para converter esse entendimento em formas de fazer. Olivia e Theo destacam essa visão.

“É fundamental que a gente entenda mais como essas tecnologias de realidade expandida funcionam. A gente tem de entender a moda como um meio para elaborar novas formas, novos produtos e novos desejos. E as tecnologias vão guiar nosso futuro na indústria de moda.” – Olivia Merquior

“Estamos cada vez mais vendo pessoas ganhando dinheiro e fazendo sua carreira dentro desse espaço. A moda é uma das indústrias mais avançadas nesse caminho do metaverso, então, são muitas oportunidades pra quem tiver curiosidade e ir alcançando essas informações já disponíveis.” Theo

Além das pesquisas e dos caminhos a trilhar diante da tecnologia, é preciso acompanhar com atenção o comportamento dos criadores e da sociedade mediante esses novo espaço a ser ocupado. E se o papo é ‘tendências’, indicamos a leitura do texto Tendências de Comportamentos e Neurociência.

O assunto é Metaverse Fashion, você já consome ou busca consumir conteúdos através do metaverso? Cria ou pretender criar nesse universo?

Para conhecer e saber mais sobre o Metaverse Fashion Talks, acompanhe o perfil do evento no instagram.

*Informações sobre ‘o que é o metaverso?’ – fonte: Época Negócios

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